Consultas

A Consulta Médica é a parte mais importante no atendimento à pessoa com alergia.


É na consulta médica que o paciente relata o que sente e o médico, através de várias perguntas, em uma minuciosa coleta de dados, junta as informações necessárias para formular uma hipótese diagnóstica (o que o médico concluí que aquele paciente tem). Isso chama-se anamnese.

Ela é complementada pelo exame físico, onde o médico verifica se existem, no corpo do paciente, sinais dos problemas que ele se queixa. Esses sinais clínicos ajudam a compor a hipótese diagnóstica. Por exemplo, não se faz diagnóstico de asma (ou bronquite) sem auscultar o paciente. Nem Raios X pode revelar: só a ausculta. E o que dizer da pele? Como saber o que provoca uma coceira ou uma mancha sem verificar detalhadamente a pele do paciente?

É a consulta médica que dirá ao médico que exames devem ser pedidos para confirmar ou afastar a hipótese diagnóstica. Inclusive os testes alérgicos: têm que ser baseados nas suspeitas clínicas reveladas na consulta médica.

Testes Alérgicos

Os testes alérgicos são procedimentos próprios dessa especialidade: só o alergista sabe que testes devem ser feitos, como fazê-los e como interpretar os seus resultados.


Para a maioria das pessoas parece que os testes alérgicos são a parte mais importante para diagnosticar um problema alérgico. Mas não são: os testes têm que ser feitos e interpretados de acordo com o caso de cada paciente. Ou seja: baseados na hipótese diagnóstica.

Nem sempre um teste positivo a um determinado alimento, por exemplo, significa que a pessoa é alérgica ao alimento. Depende da história: Às vezes o teste dá positivo e a pessoa come aquele alimento sem sentir nada… E ao contrário também: nem sempre um resultado de teste negativo significa que a pessoa não tem alergia à substância testada. Às vezes são alérgicas, mas o teste não acusa. Por isso, só o especialista sabe interpretar os resultados, baseado na anamnese, na consulta médica.


Existem vários tipos de testes alérgicos. Alguns dos testes mais comumente utilizados são:


Testes para Antígenos Inalantes

Poeira, ácaros, fungos, epitélio de animais, pólens, baratas, entre outros, nos casos de alergia respiratória e certas alergias de pele.

Testes para Alimentos

Dezenas de alimentos podem ser testados, praticamente qualquer um, sob a forma de um extrato preparado, ou com o próprio alimento in natura. Úteis para alergia de pele, como urticária e dermatites, e também para outras formas de alergia alimentar, com manifestações digestivas, respiratórias, ou até manifestações mais graves.

Testes de Contato

Para verificar se substâncias que entrem em contato com a pele do paciente, como um perfume, uma tinta, uma maquilagem, produtos de limpeza, etc. podem ser a causa de certas alergias de pele. São testes trabalhosos e de difíceis interpretações.

Testes de Imunidade Celular, testes de Insetos, Testes de Medicamentos, etc. Sempre só tem valor se baseados na historia do paciente revelada na consulta médica.

Imunoterapia

A imunoterapia para alergia é o tratamento das doenças alérgicas por meio de vacinas para dessensibilização. É um tratamento secular: essa prática é usada há mais de 100 anos e tem a sua eficácia comprovada cientificamente por milhares de trabalhos e pesquisas.

Como funciona? A partir dos testes alérgicos o especialista detecta quais substâncias (antígenos) provocam a alergia e qual o grau dessa alergia (sensibilidade) de um indivíduo. O antígeno detectado (causador da alergia) é diluído muitas vezes, mais de dez mil ou cem mil vezes, dependendo da sensibilidade do indivíduo. E essa diluição é aplicada repetidamente, a cada semana ou mais, em doses progressivas, para que o indiví­duo desenvolva uma Tolerância a esse antígeno.

O alérgico vai adquirindo a capacidade de entrar em contato com a substância causadora da alergia, sem reagir (tolerância). Na medida que o tratamento de Imunoterapia avança, a concentração do antígeno vai sendo aumentada progressivamente, para que a pessoa passe a tolerar doses cada vez maiores sem reagir. Com isso, vai deixando de ter as crises quando entra em contato com aquela substância na vida diária.


Existem outras formas de Imunoterapia, como aquelas para aumentar a imunidade, que funcionam um pouco diferente. A imunoterapia clássica é sob a forma injetável, através de aplicações subcutâneas. Mas, nos últimos anos outras formas de administração, como a via sub-lingual, tem se desenvolvido muito.

Porém, apenas algumas formas de alergia podem ser tratadas com imunoterapia. Destacam-se a alergia respiratória (rinite e asma), a alergia a picadas de insetos e as estimulações imunológicas. Os efeitos da Imunoterapia demoram a aparecer, por isso é necessário usar outros medicamentos para controle da alergia nas fases iniciais do tratamento. Os efeitos da Imunoterapia são duradouros, quando feita corretamente: persistem por muitos anos após o término do tratamento.